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  • Humberto Amadori

VACINAR É PRECISO

Atualizado: 2 de jun. de 2020

Quer melhorar a imunidade? Vacine-se.

Menos pneumonia? Vacine-se.

Quer ter menos gripe? Largue o comprimido de vitamina C, deixe o vento encanar e...

vacine-se!

Vacinação deve ser encarada como INVESTIMENTO na sua saúde, como uma das formas mais eficazes de prevenir doenças. Muito lembrada na infância, esquece-se que na terceira idade é uma medida imprescindível para um envelhecimento bem sucedido.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, são CINCO as vacinas que todo o idoso deve tomar:

- Gripe (Influenza);

- Pneumocócica (Pneumo 13, Pneumo 23);

- Herpes Zoster;

- DTPa (Tríplica Bacteriana acelular);

- Hepatite B.

Vacinas contra febre amarela e outras condições devem ser individualizadas, ou seja, converse com seu médico de confiança.

A seguir, esclarecimentos e descrição detalhada de cada uma das vacinas:

1) VACINA DA GRIPE (Influenza)

Apesar de ser uma das vacinas mais lembradas no idoso, a partir dos seis meses de idade já é recomendada a sua realização.

Pelo SUS, é disponibilizada para todos os pacientes com 55 anos ou mais bem como todos aqueles com doenças crônicas como, por exemplo, diabetes, doenças cardíacas, artrite, asma, DPOC, doença renal crônica e cirrose.

A vacina da gripe é TÃO SEGURA, que até mesmo as gestantes podem (NA REALIDADE, DEVEM) recebê-la.

É TÃO SEGURA que é permitido se vacinar nos três primeiros meses de gravidez.

Vacinar para gripe é tão importante que o SEU MÉDICO SE VACINA. E todo ano.

Eis alguns esclarecimentos:

1) "Minha vizinha tomou esta vacina e ficou gripada. A vacina pode causar gripe?"

Não. A vacina da gripe é feita a partir do vírus inativado (leia-se vírus MORTO) em sua composição; portanto, NÃO É possível que provoque a doença.

Destaca-se que toda vacina tem o objetivo de prevenir. Assim, se a pessoa já estiver infectada, a vacina não impedirá que ela desenvolva a doença. No caso do vírus da gripe a pessoa infectada pode ficar de um a sete dias com o vírus sem desenvolver sintomas.

2) "Tomava a vacina todo ano, mas sempre tinha gripe igual. A vacina não funciona".

Primeiramente, gripe e resfriado são doenças DIFERENTES.

Na gripe, geralmente há febre, dor de cabeça dores musculares e nas articulações, o paciente mal consegue se levantar direito. Já no resfriado, a presença de febre é rara, os sintomas se restringem mais a coriza, tosse e espirros; o paciente se sente geralmente bem disposto.

Dessa forma, A VACINA DE GRIPE NÃO PREVINE RESFRIADO.

Em segundo lugar, o objetivo da vacinação é impedir que a pessoa não adquira a infecção OU, ao menos, que desenvolva um quadro mais leve da doença, com menor risco de complicações.

3) Quando devo me vacinar?

A vacina da gripe não confere efeito imediato, pois demora de duas a três semanas para que nosso organismo comece a produzir anticorpos, atingindo o pico em 4-6 SEMANAS.

Como geralmente, a ocorrência de gripe é maior nos meses mais frios, o ideal é se vacinar PELO MENOS UM MÊS antes do início das baixas temperaturas.

4) Existe diferença entre a vacina oferecida pelo SUS e a ofertada em clínicas de vacinação?

Na rede particular, há duas opções: a trivalente e a tetravalente, ou seja, que cobrem 3 ou 4 cepas ("variedades") de vírus. Pelo SUS, no momento se disponibiliza apenas a trivalente.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, é preferível a tetravalente, pois confere maior cobertura das cepas circulantes. Caso não seja possível, realiza-se a trivalente.

5) Nunca tive gripe, por que me preocupar?

A infecção pelo vírus influenza pode ser MUITO GRAVE em pacientes idosos, principalmente aqueles com doenças crônicas. Além disso, a infecção pela influenza aumenta o risco do desenvolvimento de uma pneumonia bacteriana pelo PNEUMOCOCO (guarde este nome).

6) Preciso mesmo me vacinar todo ano?

Sim, isto ocorre por dois motivos:

- A duração do efeito da vacina é de até um ano, sem efeito posterior;

- As "variedades" de vírus mudam ano a ano. Assim, a vacina é produzida a partir dos vírus que estão mais PROPENSOS a aparecer durante o período de vacinação.

7) Quando não tomar a vacina?

- Se o paciente tiver menos de SEIS MESES de vida;

- Para aqueles que tem alergia a ovo, deve-se DISCUTIR COM SEU MÉDICO. De maneira geral, se a alergia for apenas uma urticária, não há contra-indicação. Em caso de anafilaxia, a aplicação é contraindicada.

- Em caso de doenças febris agudas, moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro, com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.

8) Posso tomar a vacina da gripe junto com outras vacinas?

Sim. A vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas, procedendo-se as administrações com seringas e agulhas diferentes em locais anatômicos diferentes. A aplicação de mais de uma vacina simultaneamente, NÃO sobrecarrega o sistema imunológico.


2) PNEUMOCÓCICAS

As doenças mais importantes causadas pela bactéria conhecida como PNEUMOCOCO são a PNEUMONIA, bacteremia e meningite. Destas, a pneumonia é a apresentação clínica mais freqüente em adultos e idosos e corresponde a PRINCIPAL CAUSA DE INTERNAMENTO HOSPITALAR no Brasil.

As infecções pneumocócicas são mais comuns nos extremos de idade (menores de 2 anos e maiores de 65).

São importantes fatores de risco:

- Doenças cardíacas,

- Doenças pulmonares;

- Diabetes;

- Doenças do fígado;

- Doenças renais;

- Doenças neurológicas;

- Imunodepressão ("imunidade baixa")

Pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares crônicas ou Diabetes têm risco TRÊS A SEIS VEZES MAIOR de doença pneumocócica invasiva. Pacientes com imunodeficiência possuem risco 23 a 48 vezes maior de desenvolver a doença invasiva.

Certamente, se vacinar é essencial.

As vacinas são eficazes na prevenção das formas invasivas da infecção pneumocócica, sendo que há evidências de PROTEÇÃO também para a PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE.

Existem DUAS VACINAS seguras e eficazes para proteger adultos da doença pneumocócica:

- Pneumo 23 (polissacarídica 23-valente) - disponível na rede particular e no SUS (para idosos do grupo de risco)

- Pneumo 13 (conjugada 13-valente) - disponível apenas na rede particular

A recomendação é utilizar AS DUAS em TODOS IDOSOS. Realiza-se a pneumo 13 (dose única) e de 6-12 meses após a Pneumo 23. Após 5 anos, repete-se a Pneumo 23.

Caso você tenha feito a pneumo 23 antes, isto não contraindica a realização da Pneumo 13. Permanece a recomendação de realizar as duas. Converse com seu médico.

3) HERPES ZOSTER

O Herpes Zoster (famoso "Cobreiro") é uma doença ocasionalmente grave, mas sempre desagradável. Com aumento da expectativa de vida, sua freqüência está aumentando, levando a importante DECLÍNIO DA QUALIDADE DE VIDA. Causada pelo vírus mesmo vírus da Varicela (Catapora), que fica incubado num nervo e que pode ser reativado em SITUAÇÕES DE BAIXA IMUNIDADE.

IMPORTANTE: Este vírus não deve confundido com o causador do Herpes Simples, que causa lesões na boca e nos genitais.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, a vacinação é recomendada para TODOS COM SESSENTA ANOS OU MAIS - mesmo aqueles que já apresentaram herpes Zoster. Neste caso, porém, deve-se aguardar pelo menos um ano do último episódio, para sua aplicação.

São duas opções de vacina para Herpes Zoster:

- A vacina Zostavax é obtida a partir de um vírus atenuado, sua aplicação é em DOSE ÚNICA;

- Já a outra opção - Shingrix - deve ser disponibilizada muito em breve no nosso país. É feita a partir de fragmentos do vírus, ou seja, é incapaz de causar Herpes Zoster mesmo em pacientes com imunidade baixa. Tem como desvantagem a necessidade de DUAS APLICAÇÕES (segunda dose, dois meses após), porém tem se mostrado MAIS EFICAZ do que a Zostavax nos estudos.

4) FEBRE AMARELA

Classicamente recomendada a cada 10 anos, a vacina para febre amarela passou a ser DOSE ÚNICA, conforme determinação da OMS (2013) e Ministério da Saúde (2017).

No entanto, de acordo com o risco epidemiológico (local onde o indivíduo vive ou para o qual pretende viajar), uma segunda dose PODE ser considerada em alguns casos devido risco de falha vacinal.

A vacinação é o método MAIS EFICAZ para prevenir a Febre Amarela. No entanto, sendo uma vacina VIVA, sua aplicação apresenta um maior risco de reações adversas entre os idosos. Eles apresentam um envelhecimento natural do seu sistema imune - imunossenescência - o que aumenta o risco da doença viscerotrópica aguda, que basicamente consiste em um quadro clínico semelhante a própria febre amarela.

Assim uma das variáveis que influenciam na tomada de decisão é ONDE o idoso vive e COMO é seu estilo de vida. Em outras palavras, a vacinação ou não-vacinação deve ser individualizada, considerando idade do paciente, grau de fragilidade e se o idoso mora em área de maior risco para Febre Amarela.

5) DTPa

Esta vacina é utilizada para prevenção de Difteria, Tétano e Coqueluche.

Quem deve recebê-la?

- Idosos que já foram vacinados para difteria e tétano com o esquema completo (3 doses, pelo menos, no passado): Idealmente, devem receber uma única dose de vacina dTpa (independentemente do intervalo transcorrido desde a última dose de TT ou dT) e, a partir daí, uma dose de dTpa a cada dez anos. Não havendo disponibilidade de dTpa, a indicação para os adequadamente vacinados é de uma dose de dT a cada dez anos.

- Idosos que nunca foram foram vacinados (ou com história vacinal desconhecida): devem receber uma dose de dTpa, seguida de duas doses de dT (dois, e de quatro a oito meses depois). Não havendo disponibilidade da vacina dT, utilizam-se três doses de dTpa. Reforços, como já citado, a cada dez anos (com dT ou, idealmente, com dTpa).

6) HEPATITE B

Nos últimos anos, houve mudança no padrão sexual nos homens com mais de sessenta anos, principalmente pelo surgimento de medicamentos disponíveis para disfunção erétil. As mulheres com mais de 60 anos também estão cada vez mais sexualmente ativas. Portanto, é fundamental a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis como a Hepatite B.

Além do uso de preservativos, a vacinação contra hepatite B é recomendada para toda população idosa.

São três doses; a segunda e terceira doses são aplicadas cerca de um e seis meses após a primeira.

Calendário de Vacinação SBIM 2019/2020



Referências:

- Calendário de Vacinação SBIM 2019/2020

- Guia de Vacinação Geriatria 2016/2017 – SBIm e SBGG (atualizado em 04/2019)

- https://www.cdc.gov/flu/protect/vaccine/eggallergies.htm

- https://pebmed.com.br/herpes-zoster-nova-vacina-shingrix-apresenta-melhor-custo-beneficio/

- https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacinas-pneumococicas-conjugadas

- http://www.sbgg-sp.com.br/pub/febre-amarela-orientacoes-para-vacinacao-de-idosos/


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