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  • Humberto Amadori

DOR CRÔNICA: A dor não mata, mas mói

Atualizado: 2 de jun. de 2020

É uma facada, uma pontada, um ruim.

Cãibra que não é cãibra,

ardume que amortece, choque que faz gritar.


É algo inominável, que NÃO deixa em paz.

Todo santo dia,

DOR.

Dor é uma sensação que desagradável, que não desejamos ter. Seria ótimo não senti-la, certo?

Mas se todos fôssemos imunes a dor, quantas mortes por infarto do miocárdio ou apendicite, teríamos? Quantos ossos quebrados por não saber reconhecer os limites de nosso corpo? Quantas história de dedos na tomada com queimaduras fatais, conheceríamos?

DOR CRÔNICA

Assim, a dor tem sua utilidade. Na sua forma AGUDA, a dor é ao mesmo tempo um pedido de SOCORRO e um mecanismo necessário para nossa sobrevivência. Ela tem início bem definido e prazo de validade para acabar.

Mas e aquela DOR QUE NÃO PASSA, que dura vários meses ou anos?

Esta é a DOR CRÔNICA,

quando a dor se torna uma DOENÇA.


A dor crônica NÃO É simplesmente uma dor de resolução mais demorada. Na verdade, consiste em um DESREGULAÇÃO de nossos mecanismos de dor. É como se nosso cérebro e medula interpretassem a dor de maneira EQUIVOCADA, tornando-se mais “sensíveis” e captando a dor de maneira mais intensa. Ocorrem alterações em nossos circuitos neurológicos, favorecendo o surgimento de uma “memória dolorosa” em nosso sistema nervoso central.

É freqüente, por exemplo, que uma ARTROSE de joelho possa desencadear uma DOR CRÔNICA. Ou seja: o joelho NÃO SÓ doer pelo comprometimento da cartilagem e outras estruturas do joelho, mas também por causa de uma interpretação e modulação equivocada do nosso sistema nervoso central.

A mesma situação pode ocorrer em alguns pacientes com dor lombar crônica e “bicos de papagaio”.

A dor crônica pode ser conseqüência de doenças existentes ou - muitas vezes - não ter qualquer causa demonstrável em exames. E o fato de não haver alterações importantes em exames, não muda o sofrimento e limitação que esta DOENÇA traz a seu portador.

A dor é individual, A PIOR DOR DO MUNDO É A NOSSA. Exames podem ser úteis para diagnosticá-la e até mesmo entender motivos que amplifiquem a mesma. Mas NÃO EXISTE um exame que MEÇA a dor.

O que há são médicos e profissionais que se esforçam em tentar entender o sofrimento que decorre dela, que entendem que a DOR e o SOFRIMENTO são REAIS.

E, assim, o paciente acolhido, munido de informação e com um NORTE para seu PROBLEMA, tem maiores perspectivas de melhora.


Humberto Amadori – médico geriatra


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